segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sufrágio feminino

Nos dias atuais é cada vez mais comum ouvir falar de feminismo. Mas afinal o que é o feminismo? Feminismo é um movimento político e social que defende a igualdade entre homens e mulheres.

Mas não é especificamente disso que eu vou falar. Eu vou ser menos abrangente e vou falar sobre o sufrágio feminino. Não faz ideia do que seja? Eu aposto que sabe pelo menos um pouquinho.

Para começar é bom deixar claro o que foi o sufrágio feminino. Foi um movimento a partir de meados do século XIX, realizado com diversas campanhas que pediam o direito de voto em eleições políticas às mulheres da Inglaterra e dos Estados Unidos. Participavam homens e mulheres que eram chamados de "suffragettes", em português, sufragistas.



Nas antigas civilizações da Grécia surgiu a democracia... Ou o que se considerava democracia, mas o voto feminino não era permitido. E isso perdurou até a democracia surgida na Europa após a Revolução Francesa já no século XVIII. 

Com a revolução industrial as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas e consequentemente começaram a se conscientizar dos seus direitos... Mas não foi tão simples como parece.

A grande pioneira da defesa do voto feminino foi Mary Wollstonecraft, uma escritora inglesa. Suas idéias se espalharam pelos Estados Unidos e influenciaram duas mulheres: Elizabeth Cady Stanton e Susan Anthony, que mais tarde as duas se uniram para reivindicar a participação das mulheres na democracia. 
Apesar de o movimento ter sido mais forte na Inglaterra e nos Estados Unidos, o primeiro país a permitir o voto feminino foi a Nova Zelândia, em 1883.
 A luta pelo voto feminino sempre foi o primeiro passo a ser alcançado pelas feministas da era pós-revolução industrial.

Ao contrário do que dizem o movimento, a princípio, era pacífico e buscava questionar o fato de as mulheres poderem ocupar postos de importância na sociedade, mas não serem confiáveis para votar. Mais estranho ainda era que as leis eram aplicadas às mulheres,mas elas não tinham o direito de participar do processo de elaboração.

Com esse salto inicial do Reino Unido, inspirou mulheres de outros países a buscar o direito de voto, já que elas pensavam que com o poder de voto elas poderiam solucionar problemas causados por leis injustas e concorrer de igual para igual com os homens. O que definitivamente não aconteceu, já que até hoje as mulheres não são respeitadas como deveriam, como um ser humano.

Mesmo com tantas lutas em vários lugares há países em que mesmo agora no século XXI ainda ocorrem lutas como as das sufragistas no século XIX.

Em 1952 as Nações Unidas firmaram o acordo de Direitos Políticos da Mulher. Este foi o primeiro instrumento de lei internacional que declarava que em todas as nações deveria ser concedido ás mulheres o direito ao voto e a organizar encontros políticos. Mesmo assim, em nações do Golfo Persa como: Kuwait, Arabia Saudita, Qatar, Oman, e os Emirados Árabes Unidos, mulheres ainda não tem o direito ao voto. Na Guiné Equatorial, Hong Kong, Suriname e Taiwan as mulheres tamém são pouco expressivas.
Até 25 de fevereiro de 2003, as mulheres ainda não tinham o direito de votar no Kuwait.

 Movimento Sufragista no Brasil

No Brasil, por centenas de anos, as mulheres não tinham o direito de participar da vida política brasileira. Com a conquista de outros países o movimento ganhou ainda mais força por aqui. Como muitas sufragistas faziam parte da elite política a obtenção do voto feminino por aqui foi bem mais simples que a de muitos países latino-americanos.

Em 1928, a cidade de Mossoró tornou-se a primeira cidade no país a autorizar o voto da mulher que era proibido. Neste mesmo ano uma mulher conseguiu liberação judicial para votar e após ela, um grande movimento nacional levou várias mulheres a fazerem o mesmo.
No ano seguinte Alzira Soriano de Sousa tornou-se a primeira prefeita eleita no Brasil, no estado do Rio Grande do Norte.
Com a mulher eleitora, vieram outras conquistas de espaço na sociedade.

Os primeiros exemplos de organização de mulheres vieram das regiões norte e nordeste, no final do século XIX. Em 1882 nasceu, no Ceará, a "Sociedade das Senhoras Libertadoras ou Cearenses Libertadoras", atuou em defesa da liberdade funfando associações em Fortaleza e no interior do estado, contribuindo para que, em 1884, a Assembleia Legislativa provincial, finalmente, decretasse o fim da escravidão no Ceará.

Em 1910 Leolinda Daltro e outras feministas, o Partido Republicano Feminino, tinham o objetivo de promover a cooperação entre as mulheres na defesa de causas que fomentassem o progresso do país.

Em 1917, a agitação social da greves operária, o movimento anarquista, o fim da primeira guerra mundial, e a maior escolaridade de mulheres da elite, trouxeram à tona uma outra geração de feministas.

A sufragista gaúcha Natércia da Silveira, fundou em 1931 a "Aliança Nacional de Mulheres", para prestar assistência jurídica à mulher.

Em 1931 Getúlio Vargas concedeu voto limitado às mulheres, somente solteiras, viúvas com renda própria ou casadas com a autorização do marido podiam votar. Vários grupos continuaram manifestando e em 1932 Getúlio assinou um decreto, o qual determinava que era eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo.

Todas essas conquistas foram importantes, não só no Brasil, mas no mundo, pois na própria Inglaterra o voto só foi regulamentado, mesmo que já permitido, após Mossoró inscrever sua primeira eleitoral.

Houveram muitas mulheres ligadas a várias ideologias diferentes como, por exemplo, Maria Lacerda de Moura, escritora, que questionava os padrões comportamentais impostos às mulheres. Ela defendia o amor e dizia que não era certo dizer que a mulher deveria ser mãe inevitavelmente.

Por todo o país várias mulheres desenvolveram formas de se organizar ao pedir a igualdade entre homens e mulheres. Mesmo que anônimas ela deixavam seu recado.

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